Uso da energia em indústrias cimenteiras

O setor terciário da economia, composto pelas áreas de agricultura, indústria e serviços, é caracterizado pelo alto consumo de energia para o seu funcionamento. Em especial as indústrias normalmente tem de 50% a 60% dos seus custos totais apenas com energia. A energia necessária na produção de cimento pode ser dividida em dois tipos: térmica e elétrica. Cerca de 20 a 25% dos custos com energia é da energia térmica, utilizada durante o processo de queima de algum material. Já o consumo da energia elétrica, em plantas cimenteiras modernas, chegam a 110-120kWh por tonelada de cimento.

Na Fábrica de Cimento de Barroso já começam discussões para uso de combustíveis alternativos.

A demanda mundial de cimento em 2005 foi de 2286 milhões de toneladas e a China ficou com 47% desse consumo. Em 5 anos foi previsto um crescimento de 250 milhões de toneladas na demanda de cimento do país. Esse aumento foi inclusive superior ao da União Europeia.

Estoque de cimento em uma loja de material de construção.

Em países industrializados, o consumo de energia na produção de cimento pode chegar a 75% de combustível fóssil e 25% de energia elétrica. A queima de materiais é o que mais consume a energia térmica, como dito anteriormente, chegando a 93% do seu total por combustíveis fósseis, caracterizado em sua maior parte pelo uso do carvão. Já o resto da planta utiliza energia elétrica para rodar o outros processos como moagem, exaustores e motores.

Processo de fabricação do cimento.

O consumo dessas industrias chegam a 15% do total de energia mundial, justamente por isso algumas medidas podem ser tomadas pelas indústrias cimenteiras para que não agridam tanto o ambiente com a liberação do dióxido de carbono na atmosfera pela queima.

O fornos das cimenteiras usam diferentes tipos de combustíveis para poder alcançar as altas temperaturas necessárias para a formação do clinker. Os mais comuns são: carvão, óleos combustíveis, petróleo, gás natural e diesel. Porém, combustíveis alternativos já são utilizados em algumas indústrias cimenteiras pelo mundo. Eles são derivados de misturas de resíduos industriais, municipais e até resíduos perigosos, podendo ser tanto sólidos como líquidos. Alguns exemplos são: serragem e resíduos de madeira, matéria orgânica, esgoto seco e pneus. O uso do pneu se dá porque sua estrutura química não permite uma reciclagem, apenas uma reutilização como combustível, ao invés de deixar acumular.

Protesto contra a alta liberação de CO2 causado pela indústria cimenteira

Paralelo às outras seções na produção, o processamento dos materiais para o cimento consome cerca de 60% da energia total numa indústria de cimento, o que quer dizer que reduções e melhoras feitas nesse setor visando reduzir perda ou “reciclagem” de calor podem gerar resultados muito bons para a redução do uso das matérias primas e, portanto, economia de energia e menos poluentes/resíduos lançados no meio ambiente.

Como foi visto, é possível contornar a situação do consumo de energia em indústrias cimenteiras, com o objetivo de reduzir as emissões associadas a produção de energia. Contudo é necessário um interesse tanto governamental quanto das empresas em adotar essas tecnologias, que apesar de um custo no investimento, possui um retorno relativamente rápido. Dessa forma, faz-se necessário campanhas de conscientização pelas mídias de grande alcance, além da disseminação de informação sobre práticas eficientes de consumo de energia.

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