Segundo o Ministério da Saúde o termo acessibilidade significa incluir a pessoa com deficiência na participação de atividades como o uso de produtos, serviços e informações. Alguns exemplos são os prédios com rampas de acesso para cadeira de rodas e banheiros adaptados para deficientes.
Em um país em que o número de pessoas com algum tipo de deficiência seja ela visual, auditiva ou motora, entra cada vez mais em pauta a necessidade de um país mais justo e acessível.
Hoje segundo o IBGE, cerca de 24% da população brasileira possuem alguma deficiência e essa fatia da população pode ser mais participativa na sociedade e mercado, desde que haja a correta adaptação dos ambientes.
Tratar de acessibilidade, é permitir que essas pessoas com algum tipo de dificuldade de locomoção, sejam conectadas e se sintam acolhidas para fazer parte da sociedade, é um assunto importante e que merece cuidado principalmente no ramo da Engenharia.
Pensando nisso, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), criou em 1985 a norma 9050, que define os aspectos relacionados à acessibilidade no meio urbano.
Por meio dela, são estabelecidos critérios e parâmetros técnicos que devem ser observados na construção e instalação de edificações, espaços e equipamentos urbanos, para o melhoramento das condições de inclusão.
Aqui em baixo, segue algumas regras estabelecidas pela norma, que podem ser esclarecedoras para o funcionamento de um espaço.
Área de transferência
- A área de transferência deve ter no mínimo as dimensões da pessoa de referência, de forma que devem ser garantidas as condições de deslocamento e manobra para o posicionamento da pessoa de referência junto ao local de transferência.
- A altura do assento do local para o qual for feita a transferência deve ser semelhante à do assento da cadeira de rodas.
- Nos locais de transferência, devem ser instaladas barras de apoio, nas situações previstas pela norma.
- Para a realização da transferência, deve ser garantido um ângulo de alcance que permita a execução adequada das forças de tração e compressão.
Equipamentos de informações
As informações essenciais aos espaços nas edificações, no mobiliário, nos espaços e equipamentos urbanos devem ser sinalizadas de forma visual, tátil ou sonora, no mínimo conforme tabela.
Sinalização visual de degraus
Todo degrau ou escada deve ter sinalização visual na borda do piso, em cor contrastante com a do acabamento, medindo entre 0,02 m e 0,03 m de largura. Essa sinalização pode estar restrita à projeção dos corrimãos laterais, com no mínimo 0,20 m de extensão.
Desníveis
Desníveis de qualquer natureza devem ser evitados em rotas acessíveis. Eventuais desníveis no piso de até 5 mm não demandam tratamento especial. Desníveis superiores a 5 mm até 15 mm devem ser tratados em forma de rampa, com inclinação máxima de 1:2 (50%), conforme figura 76. Desníveis superiores a 15 mm devem ser considerados como degraus e ser sinalizados.
Rampas
As rampas devem ter inclinação de acordo com os limites estabelecidos na tabela 5. Para inclinação entre 6,25% e 8,33% devem ser previstas áreas de descanso nos patamares, a cada 50 m de percurso.
Com isso tudo, entendemos que o papel de um engenheiro na construção de uma cidade, é permitir e planejar que existam espaços mais acolhedores, que não segreguem pessoas por meio de suas dificuldades, que dessa forma sejam criados mais e melhores projetos de acessibilidade e assim tornando o Brasil, um país mais acessível.